Manhã perfeita de Domingo
Acordar tarde, muito tarde. Pôr um disco a tocar e tomar banho de imersão, enchendo a casa de vapor. Os miúdos brincam como gatinhos, aparentemente inofensivos. Os miados deles misturam-se com o vapor da água quente e uns acordes vagos ao fundo. Depois, os sons que vêm do quarto das brincadeiras tornam-se estrondos, gritos abafados e pancadas secas contra os móveis e as paredes. É altura de pegar num chinelo e dar-lhes caça pela casa fora, a correr, distribuindo umas chineladas ao acaso. Parte delas perde-se no vazio mas há umas que acertam nuns ombros, numa perna, onde calha. Depois da violenta descarga de adrenalina, instala-se um silêncio amuado e, finalmente, consigo ouvir o disco: "Silent night, holy night, all is calm, all is quiet..."