Um monumental exercício de hipocrisia
Acentua-se o nervosismo das autoridades portuguesas à medida que se aproxima a Cimeira dos Ditadores Africanos, convocada por obra e graça da presidência (portuguesa) da União Europeia. Depois do convite a Mugabe, o maior tirano do continente, Luís Amado tentou dar o dito por não dito, insinuando em diversas declarações públicas que o déspota de Harare não deveria deslocar-se a Lisboa. Naturalmente, Mugabe fez orelhas moucas às insinuações e reafirmou a sua presença na cimeira. Sabe-se agora - de acordo com uma peça da minha colega Paula Sá, hoje publicada no Diário de Notícias - que José Sócrates arranjou um estratagema para se esquivar ao cumprimento público a Mugabe, abolindo a tradicional sessão de cumprimentos, sempre muito fotografada e filmada. O aperto de mão, se o houver, acontecerá à porta fechada...
É um monumental exercício de hipocrisia política. Que só não surpreende por vir de quem vem.
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