Mudar de caras ou transfigurar
Muito mais que um mero post, isto é uma excelente análise política. Pedro, concordo, no essencial, contigo. Aliás, ainda hoje de manhã falava com um amigo que conhece tão bem o PSD como nós, e que já foi jornalista em tempos, que me dizia que o melhor era fazer o que o José Miguel Júdice sugeriu quando bateu com a porta: fechar aquilo e depois abrir de novo, com novas ideias, outras gentes e um programa mais ambicioso. Começo a ver vantagens nessa solução. Foi o que fez o velho RPR, partido neo-gaullista francês, que se reconverteu e transfigurou na UMP. Nicolas Sarkozy ganhou as presidenciais e a França está outra vez a dar cartas no cenário mundial. Aquela que parecia uma direita velha e caduca sob o signo de Chirac, de repente revelou alma sob os auspícios de "Sarko".
Não deixa de ser curioso o que fez ontem Nuno Morais Sarmento. Veio dizer que "estes dois senhores" não servem e que é necessário respeitar o "património do PSD". Não é inocente esta posição, que para mim representa um autêntico tiro de partida para o que se irá passar a partir de segunda-feira, seja qual for o resultado das eleições desta sexta-feira. Sarmento, acompanhado de um grupo mais ou menos extenso irão começar a fazer o seu caminho para o pós-2009. Se Mendes vencer, Menezes junta-se a eles. Se for ele o vencedor terá que fazer muito e bem, inovar e transformar o partido. Caso contrário, Sarmento, Rui Rio, José Pedro-Aguiar-Branco, António Borges e até Alexandre Relvas estarão ali ao virar da esquina, prontos para o que der e vier. E virá muita coisa, depois de 2009.