quarta-feira, setembro 26, 2007

O PSD acabou


Marques Mendes, na sequência do monumental desaire em Lisboa, tinha duas opções: ou demitia-se de imediato ou prosseguia o mandato nos prazos estatutários. Escolheu uma terceira via - a do suicídio político: antecipou a eleição directa do líder do partido, recandidatando-se. Quando o PSD mais precisava de se virar para a sociedade, quando mais precisava de se reconciliar com o País real, ficou ainda mais fechado sobre si próprio, mergulhado em sucessivas convulsões internas. Ao antecipar a eleição directa, em que é parte interessada, Mendes antecipou a morte do partido: o PSD vale hoje 15 por cento, como o escrutínio em Lisboa demonstrou - pouco mais do que o Bloco de Esquerda. Em boa verdade, ninguém pretende "liderar" algo que está prestes a deixar de existir. Por isso os "barões" ausentaram-se para parte incerta, Menezes procura mil e um pretextos para abandonar a corrida, o profeta Morais Sarmento proclama ao Expresso o seu imenso nojo por tudo isto e desta vez nem António Borges se vislumbra a imitar D. Sebastião numa manhã de nevoeiro.
O PSD - este PSD - acabou. E ainda bem.