Bushismos
O que há a reter da visita de José Sócrates aos EUA? Quase nada. O primeiro-ministro português puxou dos seus galões enquanto presidente do conselho da União Europeia em exercício para ser recebido na sala oval da Casa Branca e tirar umas fotografias com George W. Bush. Para além disso, fez um jogging matinal à frente do Capitólio, ouviu umas piadas sobre a sua boa forma física e estamos conversados. A verdade é que Sócrates deve ao Iraque esta visita (como Durão Barroso deve o estar onde está) e ao facto de estar seis meses à frente da UE.
Bush Jr., digam o que disserem, foi mestre. É claro que os dois falaram durante uma hora sobre as relações transatlânticas, a energia, a segurança mundial e se calhar até sobre o aquecimento global, mas o presidente norte-americano sabia ao que ia. Ao receber Sócrates, tinha que usá-lo a seu bel prazer. E nada melhor do que vinculá-lo à sua estratégia para a região, numa altura em que todos ainda estão a digerir os planos do general David Petraeus... Inocente, e mais habituado a distribuir computadores aos sábados, Sócrates anuiu. Foi bom para os dois, não foi?