Os Correios
Gosto da marca, gosto do logótipo. A silhueta em branco de um cavaleiro de trombeta na mão, a cavalo e a galope. Melhor mesmo só se fosse sobre fundo verde, que eu cá sou do Sporting. A vida cruzou-me demasiadas vezes com esta vetusta “instituição” nacional: os CTT, que em tempos tinham como missão pôr as pessoas em contacto, pô-las a contar, a namorar, a dizer de sua justiça. Para o bem e para o mal, recebíamos lá em casa cartas ou postais de parentes ou amigos, multas, as inevitáveis “contas”, extractos bancários, e, às vezes, publicidade: um gorduchinho envelope das Selecções do Reader’s Digest, ou uma brochura dalgum ingénuo editor que nos elegia como potencial cliente de um caríssimo fac-símile. Acontecia às vezes ir levantar um registo ou despachar correspondência ao meu pai, uma enorme estucha sem recompensa possível. Aquela senhora de óculos fazia tudo muuuito devagarinho, os outro quatro modernos guichets estavam sempre fechados, e o quinto era para chamadas internacionais. Assim que se perdia uma boa manhã a preguiçar nas férias. E mesmo assim, ao final da longa espera, arriscava um ralhete da empregada por não trazer trocos, ou voltar a casa em busca do BI do Sr. Marquês.
Anos mais tarde percebi que esta “instituição” não era uma condescendente benesse do Estado ao mal agradecido e insolente cidadão da república - que eu apesar de contrariado também sou. Descobri com alguma surpresa que os correios eram uma empresa que vende serviços a quem os queira comprar. Que precisavam de público, de mercado, de clientes, por Deus!
Bom mesmo, foi quando o posto de correios de Campo d’Ourique, ali na esquina da Domingos Sequeira com a Rua do Patrocínio trespassou virando cervejaria com moelas, sapateiras e imperiais a rodos. Mesmo na altura em que comecei a ter uns trocos e bons amigos para a noitada reinadia.
De resto, os CTT hoje são aquilo que se sabe. No correio não recebo cartas ou postais. Só contas e avisos de impostos para pagar, e... toneladas de publicidade. Como os demais 80% dos habitantes de São João do Estoril, trabalho e passo o dia noutro Concelho, pelo que os correios “da minha terra” pouco serviço me fazem. Sei que vendem pratos e medalhas dos “três grandes” da bola, livros em edições raras, brinquedos especiais, selos de colecção e muito “marchandaising”. Também se “destrocam” vales postais e as pensões aos reformados, que pouca mais gente lá vai. É que o estabelecimento abre às nove e fecha às seis e está fechado para o almoço das 12.30 às 14.00. É só para quem quer meeesmo. E eu fico chateado quando o correio é registado ou não coube na caixa do prédio: pela certa, como mais alguns desgraçados bananas, vou ter que tirar uma manhã de trabalho para ir aos correios, não se dê o caso de ser uma coisa importante, dos tribunais ou das finanças. E a propósito, amanhã sem falta tenho que lá ir “levantar” um misterioso aviso que está mesmo a caducar. E não me vou esquecer de levar uns trocos, não vá alguém zangar-se comigo.
Anos mais tarde percebi que esta “instituição” não era uma condescendente benesse do Estado ao mal agradecido e insolente cidadão da república - que eu apesar de contrariado também sou. Descobri com alguma surpresa que os correios eram uma empresa que vende serviços a quem os queira comprar. Que precisavam de público, de mercado, de clientes, por Deus!
Bom mesmo, foi quando o posto de correios de Campo d’Ourique, ali na esquina da Domingos Sequeira com a Rua do Patrocínio trespassou virando cervejaria com moelas, sapateiras e imperiais a rodos. Mesmo na altura em que comecei a ter uns trocos e bons amigos para a noitada reinadia.
De resto, os CTT hoje são aquilo que se sabe. No correio não recebo cartas ou postais. Só contas e avisos de impostos para pagar, e... toneladas de publicidade. Como os demais 80% dos habitantes de São João do Estoril, trabalho e passo o dia noutro Concelho, pelo que os correios “da minha terra” pouco serviço me fazem. Sei que vendem pratos e medalhas dos “três grandes” da bola, livros em edições raras, brinquedos especiais, selos de colecção e muito “marchandaising”. Também se “destrocam” vales postais e as pensões aos reformados, que pouca mais gente lá vai. É que o estabelecimento abre às nove e fecha às seis e está fechado para o almoço das 12.30 às 14.00. É só para quem quer meeesmo. E eu fico chateado quando o correio é registado ou não coube na caixa do prédio: pela certa, como mais alguns desgraçados bananas, vou ter que tirar uma manhã de trabalho para ir aos correios, não se dê o caso de ser uma coisa importante, dos tribunais ou das finanças. E a propósito, amanhã sem falta tenho que lá ir “levantar” um misterioso aviso que está mesmo a caducar. E não me vou esquecer de levar uns trocos, não vá alguém zangar-se comigo.
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