O inferno são os outros
O que mais me surpreendeu nesta entrevista de Paula Teixeira da Cruz, e também nesta, foi a total ausência de mea culpa, por parte da líder do PSD/Lisboa, em todo o descalabro que conduziu à queda do executivo municipal na principal autarquia do País, à retirada da confiança política em Carmona Rodrigues e à humilhante derrota do partido na capital, onde obteve o pior resultado de sempre. Como se ela não tivesse rigorosamente nada a ver com o assunto e apenas fosse uma espectadora que estivesse a observar de camarote. "Se tivesse que voltar a tomar as decisões que tomei, teria tido a mesma exigência", chega a afirmar na entrevista ao Diário Económico.
"O inferno são os outros", dizia Sartre. Cada vez penso mais nesta frase ao analisar o comportamento de certos protagonistas da política à portuguesa.