quarta-feira, agosto 15, 2007

Mulheres...

Assisto a reportagem sobre concerto de Tony Carreira na televisão. Milhares de fãs em delírio. Em bandos ou de maridos e namorados à tiracolo elas choram, gritam, pedem mais e confessam com orgulho verdadeiras façanhas aos repórteres que as entrevistam: que lhe coleccionam os discos, devidamente autografados, que o seguem para onde quer que vá. São provas de amor. De um amor devoto que provavelmente nunca dedicaram aos homens que as acompanham, de sorriso condescendente.
Breguice? Não, estas paixões pimba não são mais exuberantes que as das fãs dos ícones da pop mais respeitada do planeta. Se há aqui um padrão é de género. Já alguém viu plateias masculinas neste despropósito? Não, eles quando se entregam é por outras razões, mais fáceis de entender, e sempre dentro de certos limites: não desmaiam, não se consomem por nada, não se consolam com tão pouco.
Ao vê-las desfilar no ecrã, novas, velhas, de olhos brilhantes e sorriso rasgado, não consegui, desculpem-me mas não consegui mesmo, impedir-me de pensar: "Vá lá alguém entender as mulheres!" (Provavelmente o chavão que mais nos irrita... eu sei, eu sei...)