Confissões*
Vá lá, é quase uma da manhã e sinto-me generoso. Tão generoso que vou revelar alguns segredos até agora bem guardados, num espírito de partilha e dádiva com base naquele que foi o meu último dia de férias antes da partida para Barcelona. E são eles:
1. A piscina do Hotel da Quinta da Marinha (a do cavalheiro entre poucos que é José Carlos Pinto Coelho, não o de Miguel Champalimaud que...enfim...me prescindo de classificar) é de borla. Sim! Grátis! Sempre foi. O hotel tem agora cinco estrelas mas os mergulhos não custam um tostão. Se quiserem uma club sandwich ou uma cerveja servida como deve DE ser, estão à vontade. Se não, ninguém vos chateia. Qualidade de serviço.
2. O restaurante de Oitavos é também casa de chá. Pouca gente o visita em plena tarde. Tem uma vista que valha-me Deus. Chás e três scones a 4,50€, gin tónico a 3,50€. Uma vista que devolve a vida a qualquer um e uma paz que dá vontade de morrer. Pecado mortal, como é o de pensar em coisas sérias num sítio daqueles, a não ser para prometer noivado, casamento ou divórcio.
3. E Pecados é, imaginem vossas senhorias, o nome do restaurante em Paço de Arcos, mesmo junto ao jardim e à Marginal. Um pregado de quilo e meio, fresco fresco. Com grelos à séria a acompanhar, mas promessa de empada de perdiz e feijoada de leitão para quando o Verão terminar. O conhecedor Dante serve à mesa com a sabedoria minhota de quem percorreu o País de lés a lés e, na cozinha, o alentejano Ti Inácio garante a qualidade de vida e dos alimentos. A mesma qualidade de vida que existe ainda, em lugares como estes que mencionei. Não precisam de agradecer. Só de aparecer.
*Título roubado ao senhor Jean-Jacques Rousseau