Os tugas (19)
A senhora, com imeeeeensa laca no cabelo, apanhou um táxi de manhã bem cedo, ainda estava o comércio fechado, na praça de Entrecampos. Pediu ao motorista:
- Leve-me à Caixa Geral de Depósitos.
Era mesmo ali adiante. O taxista lá a transportou sem um resmungo. Chegados ao destino, quase do outro lado da rua, o taxímetro marcava 2,80 euros. A senhora apresentou uma nota de 50 euros para pagar.
- Minha senhora, não tenho troco. Não me arranja uma nota mais pequena?
- Lamento, mas só tenho esta.
- Olhe, fica-lhe a corrida de graça. Não tenho alternativa, sobretudo a esta hora da manhã. Mal peguei agora ao serviço...
Chegada a pausa de almoço, novamente na praça de Entrecampos, o motorista relatou o sucedido aos colegas que ali estavam. Diz-lhe logo um, de sorriso largo:
- Ah! Ah! Caíste também na esparrela! Ela faz isso todos os dias, já enfiou o barrete a muitos de nós.
O homem ficou a matutar no caso. Por capricho do destino, na semana seguinte a senhora voltou a entrar no táxi à mesma hora e no mesmíssimo local.
- Leve-me à Caixa Geral de Depósitos.
Repetiu-se a cena: a mesma quantia, a mesma nota de cinquenta. Mas desta vez o taxista aceitou-a.
- Minha senhora, vou passar-lhe um recibo.
- Mas para quê? Não quero recibo. Não preciso...
- É que não tenho troco, minha senhora. Já na semana passada aconteceu isto consigo. Desta vez vou aceitar o seu pagamento e passar-lhe o recibo. A senhora só terá de ir depois com o recibo à nossa empresa, que até fica aqui perto, para receber o troco desta quantia. Naturalmente, como compreende, ser-lhe-á descontada também a anterior deslocação que não chegou a ser paga.
A mulher nem hesitou. Abriu a mala e tirou de lá um saco carregado de moedas:
- Que distracção a minha! Afinal tenho aqui trocos.
Lá pagou as duas corridas, reavendo a nota de 50 euros. O motorista ficou a vê-la, num trote apressado, em direcção à Caixa, emoldurada naquele inconfundível cabelo com imeeeeensa laca...
- Leve-me à Caixa Geral de Depósitos.
Era mesmo ali adiante. O taxista lá a transportou sem um resmungo. Chegados ao destino, quase do outro lado da rua, o taxímetro marcava 2,80 euros. A senhora apresentou uma nota de 50 euros para pagar.
- Minha senhora, não tenho troco. Não me arranja uma nota mais pequena?
- Lamento, mas só tenho esta.
- Olhe, fica-lhe a corrida de graça. Não tenho alternativa, sobretudo a esta hora da manhã. Mal peguei agora ao serviço...
Chegada a pausa de almoço, novamente na praça de Entrecampos, o motorista relatou o sucedido aos colegas que ali estavam. Diz-lhe logo um, de sorriso largo:
- Ah! Ah! Caíste também na esparrela! Ela faz isso todos os dias, já enfiou o barrete a muitos de nós.
O homem ficou a matutar no caso. Por capricho do destino, na semana seguinte a senhora voltou a entrar no táxi à mesma hora e no mesmíssimo local.
- Leve-me à Caixa Geral de Depósitos.
Repetiu-se a cena: a mesma quantia, a mesma nota de cinquenta. Mas desta vez o taxista aceitou-a.
- Minha senhora, vou passar-lhe um recibo.
- Mas para quê? Não quero recibo. Não preciso...
- É que não tenho troco, minha senhora. Já na semana passada aconteceu isto consigo. Desta vez vou aceitar o seu pagamento e passar-lhe o recibo. A senhora só terá de ir depois com o recibo à nossa empresa, que até fica aqui perto, para receber o troco desta quantia. Naturalmente, como compreende, ser-lhe-á descontada também a anterior deslocação que não chegou a ser paga.
A mulher nem hesitou. Abriu a mala e tirou de lá um saco carregado de moedas:
- Que distracção a minha! Afinal tenho aqui trocos.
Lá pagou as duas corridas, reavendo a nota de 50 euros. O motorista ficou a vê-la, num trote apressado, em direcção à Caixa, emoldurada naquele inconfundível cabelo com imeeeeensa laca...