quinta-feira, maio 03, 2007

Lisboa - Seja feita justiça

Luís Marques Mendes ontem falou bem. Os princípios que enunciou são os correctos. Mas ao contrário do que aqui escreve o nosso Francisco Almeida Leite, parece-me que Marques Mendes interveio no tempo certo e numa demonstração de rara coragem no nosso panorama político. Tendo sido o primeiro a assumir a urgência de umas eleições intercalares, considero até que Marques Mendes falou quando foi necessário, quando de facto já não se perspectivava mais nenhuma solução. Relembro que Carmona Rodrigues foi eleito legitimamente pelos lisboetas, facto que em democracia é preponderante à “presunção de arguido”. Mais, nunca consegui ver como provada a tão proclamada paralisia da maior câmara do país. Depois, para além dos colunistas do costume e de alguma comunicação social mais sedenta de sangue (deliciosa matéria-prima estas bem achadas eleições intercalares para aquecer o inicio de Verão) ninguém mais terá pressionado o executivo camarário à demissão. Pelo contrário parece-me que nenhum partido sai bem desta balbúrdia, ou por manifesta cumplicidade com o sistema ou por “intervencionismo” irresponsável, situação que estou certo se reflectirá nos votos.
Finalmente, parece-me que o lugar de presidente da câmara de Lisboa, que já foi antecâmara de Belém, continuará a ser um cargo bem apetecível, mesmo que por apenas dois anos. Espero que, se assim for, surjam candidatos de primeira linha e de créditos firmados. E assim seja feita justiça, que Lisboa merece.

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