quinta-feira, abril 12, 2007

Os otários

Durante mais de uma hora o país politico esteve suspenso em frente ao televisor, a ouvir as históricas justificações do Sr. Pinto de Sousa sobre as suas habilitações académicas. Não desfazendo dos entrevistadores (a jornalista Maria Flor Pedroso exibiu-se em belíssima forma, pela coragem e autoconfiança demonstradas), a determinada altura toda aquela conversa pareceu-me patética, confrangedora. No meio daquelas justificações subjectivas e da bateria de papéis apresentados pelo Sr. Pinto de Sousa, além do ridículo do tema ficou-me uma incómoda impressão da má qualidade e do "chico-espertismo" que impera no negócio de algum ensino superior privado em Portugal - àquela peregrina ideia de se permitir ao aluno a inscrição sem o certificado de habilitações, estará subjacente a facilitação da entrada das receitas da inscrição e propinas, seja qual for a legitimidade da frequência? Este é quanto a mim o assunto chave a ser seriamente investigado por uma comissão independente, o que esclareceria definitivamente a qualidade dos canudos que por aí se multiplicam.
No final das contas ficou tudo na mesma, o assunto não tem assunto, o "nosso" Sócrates também não. Portugal, esse é que continua adiado, quando o país precisava de um herói, de um grande estadista.
Mas a dura realidade é bem diferente: as verdadeiras reformas continuarão em suspenso, o deficit das contas publicas por controlar. Enquanto isso, os otários disfarçam o escândalo e pagam uma das mais altas e brutais cargas de impostos da Europa. Essa é que é essa!

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