terça-feira, abril 24, 2007

O escriba do regime (I)


Numa das semanas mais difíceis da sua governação, em que foi testado quase ao limite por uma certa imprensa ressabiada por motivos fáceis de adivinhar e ávida de vender papel para estancar a grave crise de credibilidade que a tem feito perder leitores, José Sócrates registou dois êxitos insuperáveis. Por um lado recebeu o apoio franco, aberto e caloroso do fundador do PS, Mário Soares, o grande patriarca da política portuguesa que, sempre vigoroso, cada vez mais nos faz lembrar o aforismo bem português sobre o vinho do Porto, que só melhora com a idade. Por outro lado, o primeiro-ministro deslocou-se ao Porto, onde anunciou mais medidas concretas e com alcance inegavelmente positivo para cumprir o programa de qualificação de recursos humanos, que constitui um dos marcos do ideário que levou o actual Governo a ser sufragado com maioria absoluta nas urnas. A seu lado, na Invicta, Sócrates teve sempre Mariano Gago, numa demonstração evidente dos objectivos que irmanam os dois governantes. Cada qual a seu modo tem contribuído para que Portugal seja hoje um país em marcha acelerada rumo à integração plena no século XXI.