De peso
Eventualmente poderão conhecer este actor, defensor de causas e dono de uma acrobática biografia. Por estranho que pareça, conheço uma data de homens (todos igualmente estimáveis) fans do herói aí do lado. Nenhuma mulher na fan list. Isso deve querer significar alguma coisa. Este fim de semana, não bastava um filme pela calada da noite e ainda fomos brindados com uma matinée, que tive que gramar durante os últimos quinze minutos para escrever isto. Até cheguei a pensar que o homem tinha morrido e seria uma espécie de homenagem.
Pois o homem não só está perfeitamente vivo como também canta. É isso mesmo. Deve ter-se retirado dos filmes de acção (compreende-se), engordou (também se compreende) e agora canta não sei bem o quê.
Homem de poucas falas e de raras emoções, perito em artes marciais, justiceiro, zelador da ordem e da lei, é visto em múltiplos cenários, melhor que um MacGyver, seja com espada, metrelhadora, canivete suiço, correntes e até, quem sabe, com uma lima das unhas.
Está mais velho e gordo, mas mantém o mesmo ar cool com o casaco de pele preta, cabelo comprido apanhado, sabedor de muitas línguas estrangeiras, é um regalo vê-lo bater-se com bravura contra a escória dos gangs urbanos, lutando com cowboys arruaceiros, esquartejando ninjas temíveis ou limpando o sebo a rufias a soldo.
Não se lhe conhece nenhuma mulher. No entanto, paira sempre no enredo a memória de um amor assassinado (geralmente uma asiática) cuja morte ele quer vingar. Julgo que os scripts também devem incluir crianças lindas e inteligente, assim como alguns bichos amigos do homem. A causas (dele) estão por lá muitas vezes: os danos ambientais, as reservas naturais, a defesa de povos indígenas, os desastres ecológicos, a protecção dos animais e a defesa das espécies. Suponho que agora acompanhe isto tudo à viola.
Já não sei mais nada. Como diria o velho Steven atirando com um dardo à jugular de um meliante: " See you in hell".