A campanha aquece
O senador republicano John McCain, um dos mais influentes políticos norte-americanos, declarou ontem que anunciará em Abril a sua candidatura às presidenciais americanas de 2008.
A confirmação desta candidatura parece clarificar a corrida e tudo aponta para uma das mais disputadas eleições de sempre nos EUA, com o mais que provável duelo final entre Hillary Clinton e John McCain, entre Setembro e Novembro de 2008.
O lado republicano é aquele que tem maiores problemas neste momento. A guerra do Iraque transformou-se num tema muito difícil de gerir. Apesar de tudo, não há grande diferença entre as anteriores posições dos dois favoritos, o que se pode tornar numa pequena vantagem para o candidato republicano. Se existe alguém que conseguirá trazer as tropas de volta é este herói de guerra, um ex-militar que passou seis anos numa prisão vietnamita. É preciso também não esquecer que os Republicanos dominam a direita religiosa e que esta eleição se irá decidir em meia dúzia de Estados (Ohio, Flórida, os suspeitos do costume)
Mas ser escolhido pelo partido não será fácil. McCain enfrenta o desafio de Rudolph Giuliani e Mitt Romney (um anti-europeu). O primeiro tem um passado que desagrada à direita mais conservadora da América, além de falta de preparação em assuntos externos, e o segundo não possui fama nacional nem experiência de campanhas difíceis. Em princípio, se não aparecer entretanto um candidato mais perigoso, por exemplo, Newt Gingrich, McCain será o homem dos Republicanos. Veremos se isso se confirma já no Verão e Outono deste ano. Se as primárias correrem mal para o senador do Arizona, a decisão será adiada para Março de 2008, o que teria as vantagens e os perigos da maior exposição mediática.
No campo democrata, a luta pela nomeação do partido promete ser mais fácil. Para além de Hillary Clinton, que controla a máquina partidária, há dois jovens políticos com hipóteses de dar nas vistas, Barack Obama e John Edwards. Os outros estarão a preparar terreno para futuras eleições. Hillary tem contra si os muitos ódios acumulados na direita mais radical, mas não é por estes votos que ela luta. Obama parece sólido, mas demasiado à esquerda: nos Estados conservadores dificilmente obterá apoios democratas. Ou seja, a figura que emerge para o posto de vice-presidente de Hillary é Edwards, bom orador que garante muitos votos no sul dos Estados Unidos, zona que os democratas querem reconquistar.
Com esta disputa em aberto (pela primeira vez em quase um século não se candidata o vice-presidente anterior) o maior argumento será o do dinheiro e do uso inteligente das novas tecnologias, nomeadamente blogs e youtube. Uma gaffe num pequeno comício da parvónia terá implicações nacionais. A campanha de 2008 promete ser a mais cara de sempre (fala-se em mil milhões de dólares) e nenhum candidato com menos de 100 milhões de dólares terá qualquer hipótese de ser eleito. Nem vale a pena falar dos independentes e dos restantes partidos.
A grande democracia americana parece-se cada vez mais com uma oligarquia à maneira do período final da república romana e é curioso que os dois prováveis candidatos de 2008 sejam políticos cuja carreira se fez em grande parte na crítica ao actual sistema de financiamento das campanhas eleitorais.
O lado republicano é aquele que tem maiores problemas neste momento. A guerra do Iraque transformou-se num tema muito difícil de gerir. Apesar de tudo, não há grande diferença entre as anteriores posições dos dois favoritos, o que se pode tornar numa pequena vantagem para o candidato republicano. Se existe alguém que conseguirá trazer as tropas de volta é este herói de guerra, um ex-militar que passou seis anos numa prisão vietnamita. É preciso também não esquecer que os Republicanos dominam a direita religiosa e que esta eleição se irá decidir em meia dúzia de Estados (Ohio, Flórida, os suspeitos do costume)
Mas ser escolhido pelo partido não será fácil. McCain enfrenta o desafio de Rudolph Giuliani e Mitt Romney (um anti-europeu). O primeiro tem um passado que desagrada à direita mais conservadora da América, além de falta de preparação em assuntos externos, e o segundo não possui fama nacional nem experiência de campanhas difíceis. Em princípio, se não aparecer entretanto um candidato mais perigoso, por exemplo, Newt Gingrich, McCain será o homem dos Republicanos. Veremos se isso se confirma já no Verão e Outono deste ano. Se as primárias correrem mal para o senador do Arizona, a decisão será adiada para Março de 2008, o que teria as vantagens e os perigos da maior exposição mediática.
No campo democrata, a luta pela nomeação do partido promete ser mais fácil. Para além de Hillary Clinton, que controla a máquina partidária, há dois jovens políticos com hipóteses de dar nas vistas, Barack Obama e John Edwards. Os outros estarão a preparar terreno para futuras eleições. Hillary tem contra si os muitos ódios acumulados na direita mais radical, mas não é por estes votos que ela luta. Obama parece sólido, mas demasiado à esquerda: nos Estados conservadores dificilmente obterá apoios democratas. Ou seja, a figura que emerge para o posto de vice-presidente de Hillary é Edwards, bom orador que garante muitos votos no sul dos Estados Unidos, zona que os democratas querem reconquistar.
Com esta disputa em aberto (pela primeira vez em quase um século não se candidata o vice-presidente anterior) o maior argumento será o do dinheiro e do uso inteligente das novas tecnologias, nomeadamente blogs e youtube. Uma gaffe num pequeno comício da parvónia terá implicações nacionais. A campanha de 2008 promete ser a mais cara de sempre (fala-se em mil milhões de dólares) e nenhum candidato com menos de 100 milhões de dólares terá qualquer hipótese de ser eleito. Nem vale a pena falar dos independentes e dos restantes partidos.
A grande democracia americana parece-se cada vez mais com uma oligarquia à maneira do período final da república romana e é curioso que os dois prováveis candidatos de 2008 sejam políticos cuja carreira se fez em grande parte na crítica ao actual sistema de financiamento das campanhas eleitorais.
Etiquetas: Internacional