quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Outra vez o lobbying

Escrevi aqui ontem, depois de receber a carta que me foi enviada por Luís Paixão Martins, que ele pretendia da AR uma acreditação para a prática transparente de lobbying e cumprimentei-o por isso. Hoje, lidos os jornais, vejo que ele não reconhece essa como sendo a sua intenção. Se assim é, e fazendo fé nas suas palavras, tenho pena.
E tenho pena porque esta acção da LPM era uma oportunidade para, de uma vez por todas, abordar de forma clara um tema que em Portugal é tratado de uma forma anacrónica, desinformada e cheia de preconceitos pela maioria. Ainda hoje, São José Almeida escreve no Público um artigo - em tudo o resto inatacável - onde afirma que na carta «é visível a preocupação de Paixão Martins em não ser acusado de lobbying». Como se pendesse sobre a actividade uma qualquer suspeita criminosa.
Seja qual for a intenção de Luís Paixão Martins - e abro-lhe aqui no Corta-Fitas um espaço para que exponha os seus objectivos se o entender fazer - é o lobbying em Portugal o tema que, há anos, deveria ter sido definido e legislado. Se ainda não for desta, a LPM gerará quanto a mim mais confusão do que resultados. E caso a resposta à presença de consultores na AR seja positiva mas se fique por aí, provocará com isso um atraso ainda maior na aprovação do lobbying. Porque, como sabemos, dar um passo em Portugal é muitas vezes uma desculpa para não dar outro passo maior.

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