sábado, janeiro 13, 2007

A saída do euro? Li bem?

Pedro Arroja, no Blasfémias, defende a saída de Portugal da zona euro. Até parece que a moeda única é a causa da recessão, não sendo mencionados os erros de política que nos conduziram a uma década perdida. Não sou economista (e corrijam-me se estou enganado) mas o euro tem vantagens: taxas de juro baixas e acesso facilitado ao mercado único europeu. Portugal pode ser pouco competitivo, mas isso não é culpa da moeda. Quais seriam os custos da saída do euro? Provavelmente, incomportáveis. Exportações perdidas, importações mais caras; e, na actual condição do país, taxas de juro em níveis elevadíssimos, esses sim argentinos. Não tenho conhecimentos para discordar da opinião de Pedro Arroja de que não devíamos ter entrado na zona euro (na altura, alguns economistas disseram isso mesmo, que não estávamos preparados, etc.) mas a saída, agora, só podia ser uma nova catástrofe.
O que me leva a um ponto mais interessante: há comentadores de direita que tentam culpar a União Europeia pelos nossos actuais problemas. Porque será? Era óptimo que explicassem o que defendem mesmo. A nossa saída da UE? E como negociar o abandono da zona euro, que envolve um tratado? Que dar em troca? E saímos também do mercado único? E os subsídios, também deixamos de receber? E não se esqueça de que os países que estão fora da zona euro e na UE não podem desvalorizar a moeda à sua vontade. Estes Estados obedecem a regras, com a agravante de não poderem decidir sobre elas.

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