O país da borboleta
James Kynge foi, entre 1998 e 2005, chefe da delegação do Financial Times na China. Com 19 anos de jornalismo na Ásia, Kynge tem agora editado, com publicação entre nós pela Bizâncio, um trabalho admirável: «A China Abala o Mundo – Ascensão de uma Nação Ávida». No original, «China Shakes the World – The Rise of a Hungry Nation».
O livro começa em Junho de 2004 no descampado onde antes refulgia o aço fabricado pela ThyssenKrupp de Dortmund, empregando 10.000 mil pessoas. Uma siderurgia comprada pelos chineses da Shagang, desmontada e montada, peça por peça, à beira do rio Yangtze. Páginas depois, estamos em Chongquing: «Cá fora, na rua, enquanto eu tomava notas, uma estudante liceal que falava um inglês hesitante dirigiu-se a mim, com a mãe uns passos atrás. Queria que eu a levasse dali para fora. A poluição era letal, disse, e toda a gente estava a ser envenenada». Chicago levou cinquenta anos, até 1900, para atingir uma população de 1,7 milhões de habitantes. Chongqing está a crescer a uma velocidade oito vezes superior.
Com base em intenso trabalho de campo, conversas com os novos empresários chineses e ampla pesquisa incluída nas notas bibliográficas finais, este é um livro exemplar de um jornalista cujo rigor nos números e factos só acrescenta valor à qualidade literária da sua escrita. Depois da leitura, compreendemos o que sucede quando a borboleta bate as asas na China. E como esse bater de asas nos afecta de bem perto e bem mais depressa do que julgamos.
O livro começa em Junho de 2004 no descampado onde antes refulgia o aço fabricado pela ThyssenKrupp de Dortmund, empregando 10.000 mil pessoas. Uma siderurgia comprada pelos chineses da Shagang, desmontada e montada, peça por peça, à beira do rio Yangtze. Páginas depois, estamos em Chongquing: «Cá fora, na rua, enquanto eu tomava notas, uma estudante liceal que falava um inglês hesitante dirigiu-se a mim, com a mãe uns passos atrás. Queria que eu a levasse dali para fora. A poluição era letal, disse, e toda a gente estava a ser envenenada». Chicago levou cinquenta anos, até 1900, para atingir uma população de 1,7 milhões de habitantes. Chongqing está a crescer a uma velocidade oito vezes superior.
Com base em intenso trabalho de campo, conversas com os novos empresários chineses e ampla pesquisa incluída nas notas bibliográficas finais, este é um livro exemplar de um jornalista cujo rigor nos números e factos só acrescenta valor à qualidade literária da sua escrita. Depois da leitura, compreendemos o que sucede quando a borboleta bate as asas na China. E como esse bater de asas nos afecta de bem perto e bem mais depressa do que julgamos.