A política holística

A vereadora tinha sido eleita pelo PS, mas decidiu enfiar o socialismo no roupeiro e aceitar dois pelouros que António Capucho lhe ofereceu. São eles o das actividades económicas e dos assuntos jurídicos. Acontece que Carla Valente de Almeida (é o nome da senhora) tem uma visão muito mais abrangente sobre aquilo que pretende realizar, agora que lhe deram não só a massa como também o rolo para estendê-la.

De acordo com a notícia do Público assinada por Ana Henriques, a nova vereadora tem «uma visão holística da política no conselho» (palavras da própria) e a sua «grande paixão» é «a cultura da felicidade». Quer tirar «as pessoas dos centros comerciais e apostar na cultura ao ar livre, na preservação do mar e na limpeza das praias» e fala de crianças e coelhos selvagens. É bonito, isto. E desperta-me a curiosidade este discurso politicamente new age. Mas não entendo é o que tem a ver tirar as pessoas dos centros comerciais e proteger as crianças e os coelhinhos com as actividades económicas. Ou com os assuntos jurídicos. Falta-me visão holística, é o que é.