Figura nacional do ano
Cavaco Silva, pois claro. Mário Soares disse dele cobras e lagartos. Augusto Santos Silva avisou o País de que, se ele ganhasse, vinha aí um "golpe de Estado constitucional" - prova de que um ministro relativamente competente pode ser um péssimo analista político. O primeiro Presidente da República não assumidamente de esquerda eleito em Portugal pelo voto democrático desde Sidónio Pais acaba o ano em tom de quase unanimidade. Quem votou nele, proclama agora que "já sabia" o que vale. Quem não votou gostaria de ter votado. Na política, tal como no futebol, bastam poucos meses para passar de bestial a besta. E vice-versa.