Repórter XXX
Graças ao comentário de um dos nossos anonymous fui ler este relato da visita do jornalista Paulo João Santos ao «Calor da Noite», publicado hoje no Correio da Manhã. Há reportagens mais fáceis do que outras e esta parece ter causado algum stress pós-traumático ao Paulo João. Atente-se quando ele diz que o decote de Suzy é «capaz de despertar os sentimentos mais íntimos e secretos» e «de povoar o imaginário dos mais exigentes», como o jornalista deduzo que seja (e eu também sou, não pensem!).
Mais à frente, partilha-se de forma ainda mais expressiva o sofrimento padecido por PJ. Sim, porque trabalho é trabalho e whisky marado é whisky marado:
«O ambiente deste ardor de mulheres deslumbrantes é agradável» (Só agradável, ó Paulo João!?). «Está quente, mas não em demasia. O suor escorre da pele por outros motivos, que não propriamente pela temperatura interior» (Interior à pele ou ao estabelecimento, quem sabe? Por esta altura ainda o PJ não recuperou da taquicardia e a escrita ressente-se).
Imagino, suado mas agradado, o nosso jornalista trocando confidências com a talvez não tão jovem assim Suzy, a mesma que «não precisa de usar minissaia nem vestido justo para deixar em brasa quem procura companhia». Atrás, brotam tacinhas de espumante e cocktails embandeirados cor de rosa. Robbie Williams geme das colunas e uma diáfana moça espirala no poste, revolteando os longos cabelos de raízes mal oxigenadas. E Paulo João, quase finda a noite, regressa à redacção. No lead do artigo escreve, ainda tremente: «As mulheres são todas de encher o olho, a ponto de não deixarem grandes opções. Mas não é um sítio barato». Ó Paulo João, é para isso que servem as facturas.