quarta-feira, dezembro 13, 2006

Balsemão dixit

Pinto Balsemão criticou ontem, no Congresso do Poder Local, em Lisboa, o anteprojecto da Lei de Televisão proposto pelo Governo. “São muitos os políticos que, quando chegam ao poder, tentam limitar a liberdade de imprensa”, disse. Balsemão frisou que o anteprojecto apresenta “mecanismos comparáveis à censura à posteriori, além de tornar mais desleal a já desleal concorrência da RTP às televisões privadas”.
(Correio da Manhã)

Lido isto, resta lembrar que o patrão da SIC e do Expresso sabe do que fala. Foi deputado ainda com a Ala Liberal (autor de vários projectos sobre liberdade de imprensa, em parceria com Francisco Sá Carneiro), portanto quando se refere ao tema (porque sofreu na pele, também enquanto jornalista) fá-lo com muito conhecimento de causa. E não me venham dizer que o faz porque o Governo é PS. Balsemão ao longo dos anos soube sempre separar as águas, quer com os governos de Soares, quer com os dois de Guterres. O melhor exemplo será, contudo, o dos anos do cavaquismo, durante os quais teve sempre uma relação nada pacífica com o poder. Enquanto militante número um do PSD, condição que nunca negou, lutou como os outros pela atribuição da licença para a SIC contra os seus concorrentes na altura, a Igreja (TVI) e o projecto de Daniel Proença de Carvalho (a TV1, que seria preterida). Se agora diz o que diz, é porque lá sabe...