Afinal, a polémica com Luciano Amaral não existia
Luciano Amaral respondeu em O Insurgente a um post aqui publicado sobre um seu artigo no DN e reclama que eu interpretei abusivamente algumas das suas posições. Quanto a isto, não há remédio. Se tresli, só me resta pedir desculpa e deixar aqui o link com o artigo original.
No final da sua resposta, Luciano Amaral deixa duas questões interessantes. No meu post tento defender a opinião de que uma Europa reduzida ao seu mínimo dará origem a uma evolução perniciosa para Portugal: certos países (que estão sempre a proteger os respectivos interesses, como é óbvio) tentarão criar um núcleo duro com integração mais acelerada. Coloquei nesse hipotético núcleo duro Holanda e França, que rejeitaram o tratado em referendo. Ora, Luciano Amaral pergunta qual a lógica de tal inclusão. Parece-me importante esclarecer. O Tratado Constitucional resulta de uma negociação em que todos os países fizeram cedências. Por isso, não é o melhor cenário para ninguém, permitindo evitar a Europa a que chamei “minimalista” e a de várias velocidades (uma e outra com potenciais benefícios para alguns países). O tratado é algo de intermédio que, se não existir, resultará na busca de outras soluções, outra União Europeia, onde haverá diferentes patamares de integração. Os ingleses quererão a tal UE minimalista e os franceses a mais integrada. Só há uma hipótese: a fragmentação em círculos concêntricos.
Seria um novo projecto, talvez até melhor que o anterior, quem sabe? Mas, para Portugal, representava uma péssima evolução.
Interpretei o texto de Luciano Amaral como tendo defendido uma Europa “minimalista”. Na sua resposta à minha crítica, o autor diz que quer a Europa “como está, com melhores mecanismos de decisão”, que podem até resultar de um novo tratado. É relativamente próximo do que eu defendo, pelo que não merecia esta polémica. Mas, se o novo tratado fracassar (aquele que vai ser negociado no próximo ano, com base no texto rejeitado em França e Holanda) não me parece que a Europa fique como está. Acho que avançará o tal projecto da UE a várias velocidades, com países de primeira e países de segunda. Por acreditar nisto, reagi ao texto de Luciano Amaral, acabando por maçar o meu interlocutor e, de caminho, os leitores do Corta-Fitas.
No final da sua resposta, Luciano Amaral deixa duas questões interessantes. No meu post tento defender a opinião de que uma Europa reduzida ao seu mínimo dará origem a uma evolução perniciosa para Portugal: certos países (que estão sempre a proteger os respectivos interesses, como é óbvio) tentarão criar um núcleo duro com integração mais acelerada. Coloquei nesse hipotético núcleo duro Holanda e França, que rejeitaram o tratado em referendo. Ora, Luciano Amaral pergunta qual a lógica de tal inclusão. Parece-me importante esclarecer. O Tratado Constitucional resulta de uma negociação em que todos os países fizeram cedências. Por isso, não é o melhor cenário para ninguém, permitindo evitar a Europa a que chamei “minimalista” e a de várias velocidades (uma e outra com potenciais benefícios para alguns países). O tratado é algo de intermédio que, se não existir, resultará na busca de outras soluções, outra União Europeia, onde haverá diferentes patamares de integração. Os ingleses quererão a tal UE minimalista e os franceses a mais integrada. Só há uma hipótese: a fragmentação em círculos concêntricos.
Seria um novo projecto, talvez até melhor que o anterior, quem sabe? Mas, para Portugal, representava uma péssima evolução.
Interpretei o texto de Luciano Amaral como tendo defendido uma Europa “minimalista”. Na sua resposta à minha crítica, o autor diz que quer a Europa “como está, com melhores mecanismos de decisão”, que podem até resultar de um novo tratado. É relativamente próximo do que eu defendo, pelo que não merecia esta polémica. Mas, se o novo tratado fracassar (aquele que vai ser negociado no próximo ano, com base no texto rejeitado em França e Holanda) não me parece que a Europa fique como está. Acho que avançará o tal projecto da UE a várias velocidades, com países de primeira e países de segunda. Por acreditar nisto, reagi ao texto de Luciano Amaral, acabando por maçar o meu interlocutor e, de caminho, os leitores do Corta-Fitas.