Caras de enterro
As eternas caras de enterro no metropolitano. Pergunto-me continuamente: por que motivo os portugueses exibirão sempre estas faces tão macambúzias? Povos que vivem muito pior que nós, como os brasileiros, têm um semblante risonho. São eles, aliás, que dão algum colorido a estas viagens de metro. Há tugas de queixo caído que olham para a exuberância brasileira com ar de espanto. Como se a alegria fosse pecado ou grave defeito. Felizmente, não é. Mas agimos como se fosse. E com isto tornamos ainda mais irresolúveis os problemas - pequenos ou grandes - que nos toldam o espírito. Se fosse possível medir o grau de felicidade dos povos pela expressão facial não tenho dúvidas de que andaríamos no fundo da tabela. À espera do regresso do D. Sebastião ou da taluda do euromilhões - no fundo, duas formas de dizer o mesmo - para esboçarmos um sorriso.