Parole, parole
Então, então? Vai uma pessoa de fim-de-semana despedir-se do Verão à praia do Baleal e, quando volta, descobre que os amigos andaram por aqui a trocar exaltados comentários por causa do Papa Bento XVI.
Ainda por cima, o Papa é citado hoje nos jornais como lamentando ter dito algo que «não corresponde ao seu pensamento». Deduzo uma coisa boa e outra menos boa: A boa é que Bento XVI não pensa o mesmo do que um Imperador bizantino. A menos boa é que profere discursos com os quais o seu pensamento não concorda e, deduz-se, escritos por outro(s).
Mantenho o que queria dizer quando pela primeira vez aqui escrevi sobre este assunto: Um líder espiritual não tem como papel espoletar conflitos, mas pacificar guerras. Nem aumentar dicotomias entre Bem e Mal, mas integrar o Bem e o Mal numa consciência evolutiva maior. Esta não é a polémica dos cartoons de Maomé. É outra bem mais importante. Talvez, por estas e por outras, Sua Santidade seja para mim o Dalai Lama. Que me ajude a ter a mente tranquila nos tempos que correm, é o que lhe peço. E não é pedir pouco.