Parece-me a mim, mas não sou infalível
Fernanda Câncio foi a jornalista escolhida pelo DN para um artigo sobre a infalibilidade papal. Ou foi ela que escolheu fazê-lo, o que é ainda mais estranho. Não conheço pessoalmente a Fernanda Câncio mas, ao lê-la e apesar de toda a sua simpatia sempre revelada para comigo, sou obrigado a dizer que me parece tão indicada para escrever sobre o assunto como um bosquímane sobre a Bolsa de Wall Street.
Não quero com isto defender que artigos sobre a Igreja Católica devam ser escritos pelas nossas Inêses Dentinhos e Auras (já corrigi) Sampaios (Miguel, é isso, Miguel, ai o Alzheimer). Mas o dogma da infalibilidade papal é apenas entendível por quem esteja familiarizado com o conhecimento tradicional e esotérico e os seus Mistérios.
Quando um monge budista fala em condições normais é um monge budista. Quando se senta para os seus ensinamentos é Buda quem fala nele. O Divino fala através do Humano. De qualquer humano. Mas mais através de outros que atingiram, pela sua vida, uma dimensão espiritual maior. Nesse aspecto, quando assim é, essas pessoas são «infalíveis». Claro que não o são sempre. São-no quando reconhecem a diferença entre a sua voz e a dos seus Guias Superiores. Ou de Deus. E Deus não tem que pedir desculpa. Era o que faltava.