OK, foi chato, mas...
Diálogo com um amigo militante da esquerda "radical" sobre o 11 de Setembro. Ainda mal começámos a conversar, já prevejo que não tardará a proferir a preposição que uma certa esquerda mais utiliza em relação à tragédia que há cinco anos fez mudar o mundo.
- Sim, houve as vítimas do 11 de Setembro. Mas não podemos esquecer que a seguir houve a guerra do Iraque...
Lá vem ela, a malfadada preposição. Há cinco anos que espero (em vão) ouvir uma certa esquerda condenar os crimes cometidos no 11 de Setembro sem qualquer tipo de reserva mental. Isto é, sem a palavra mas logo a seguir. Como se houvesse sempre justificação para um certo tipo de crime, desde que cometido em território norte-americano. Mais absurdo ainda: como se um crime com a brutal dimensão histórica do ocorrido em 2001 pudesse justificar-se em função de factos subsequentes, o que constitui um elementar atentado à inteligência de qualquer um.