"Polemistas" e a modorra
Os "polemistas" da imprensa estão em vias de extinção. Dantes o que não faltava nos media era essa espécie de colunistas. Daqueles que não temiam o adversário directo, iam a jogo, atiravam a doer. Hoje, reina a dormência nesta modorra que se tem tornado a opinião publicada. Longe vão os tempos em que tínhamos gente como Victor da Cunha Rego, Francisco Sousa Tavares ou Leonardo Ferraz de Carvalho. Deste calibre resta o Vasco Pulido Valente. Aliás, um dos aspectos positivos da guerra entre o Expresso renovado e o Sol que aí vem é justamente o de recuperarem a importância da opinião num jornal (pelo menos do que se quer sério e de referência). O jornal fundado por Balsemão (repararam no cabeçalho? Agora está lá o nome do fundador, à imagem e semelhança de jornais espanhóis como o ABC) tem Miguel Sousa Tavares e João Pereira Coutinho, para citar só dois dos que realmente leio. O jornal do arquitecto terá Marcelo e Paulo Portas (noutro estilo, e para quem goste, o irmão Miguel também lá está), se bem que o ex-jornalista e ex-ministro da Defesa deva optar por um registo de Estado da Arte versão impressa. Ou seja, comenta livros, filmes e exposições, abstendo-se de considerações políticas que o possam comprometer em demasia.
Valha-nos ao menos a blogosfera, onde ainda se encontram alguns "polemistas" com sangue na guelra. Um dia destes falarei deles e de alguns duelos blogosféricos que tenho acompanhado.