"Tá-se"?
A Câmara Municipal de Cascais acaba de lançar uma série de outdoors que fazem parte de uma campanha contra o consumo de drogas. Até aqui tudo bem, não fosse o lema da iniciativa de um mau gosto do pior. Isso mesmo, mau gosto. O que até é de estranhar, porque a autarquia tem estado muito melhor entregue a António Capucho do que esteve durante anos a José Luís Judas. Mas no melhor pano cai a nódoa. Se Capucho, um homem de bom gosto e bons modos, tem contrariado o caos da construção, tem posto muita coisa na ordem, não conseguiu evitar isto. Nos outdoors pode ler-se que "as drogas já eram" e em letras garrafais isto: "Tá-se". Tá-se o quê? Tá-se bem? É isso? Agora vale tudo para chegar a determinados públicos, certas audiências e faixas etárias? Eu continuo a achar que não. Não vale tudo. Por este andar estão a criar monstros que andam de chinelos e camisas de manga à cava, com o "tá-se" na ponta da língua e com muito pouco na cabeça. Menos que nada.