Para quando a farda obrigatória?
A Assembleia Legislativa Regional da Madeira, onde têm decorrido as cenas mais indecorosas (incluindo trocas de piropos entre deputados com várias designações zoológicas à mistura, de "jerico" a "rinoceronte"), decidiu agora, certamente por falta de coisas mais importantes para fazer, regulamentar a indumentária a usar pelos jornalistas que acompanham a actividade parlamentar no arquipélago. Não vai ainda ao ponto de tornar obrigatório o uso de farda ou o cartão de militante no partido do poder, mas proíbe T-shirts, calças de ganga e sapatilhas em defesa do "prestígio da instituição" - certamente lembrando-se da falta de maneiras de Alberto João Jardim, que já se fez fotografar em ceroulas enquanto dizia estar-se "cagando" (não foi bem este o termo "técnico" que ele usou, mas algo um pouco mais forte...) para a Assembleia da República.
Agora tinha piada que todos os jornalistas madeirenses que acompanham a actividade da ALR se apresentassem lá de T-shirt. A ver se eram impedidos de entrar. E tinha ainda mais piada que deixassem os deputados regionais a falar sozinhos. Assim seríamos poupados ao chorrilho de inanidades e de insultos que suas excelências decidem exibir com mais frequência do que deviam.