segunda-feira, junho 26, 2006

A sangue-frio

Para não variar, explora-se a questão impossível de responder, a propósito do nosso serial-killer. O qual, salvo opinião do "Inspector" Varatojo, não creio que seja o primeiro, apesar do que têm dito.
Aqui, uma jornalista do Correio da Manhã , conterrânea do Chefe Costa, conta como apanhou boleia com o assassino e a vulgaridade das suas conversas. E o DN falou com companheiras do homem na sua visita a Fátima.
Um banal militar-polícia reformado. Uma figura da terra com as suas idiossincracias, como tantas das que consigo se cruzavam nas ruas de Santa Comba Dão.
O retrato do Mal não é passível de fotografia. O coração das nossas trevas não é visível à mesa do café. Um dia, estas pessoas são «normais. No dia seguinte, descobrem-se «monstros». É esse contraste que choca pelo que tem de inexplicável.
The horror, the horror, murmurava Brando em «Apocalypse Now». Quem sabe o mal que se esconde no coração dos homens?, questionava um velhinho comic book. Não nós, com certeza. Nós nunca saberemos. Nem psiquiatras, nem profilers, nem especialistas genéticos. Ninguém. Só aqueles cuja última centelha de vida desapareceu já, embora vivam ainda. Os danados. Os assassinos entre nós.