segunda-feira, junho 26, 2006

O ópio do povo (26)

Análise dos jogadores portugueses, um por um, no jogo contra a Holanda:
Ricardo - Mais intranquilo do que nos jogos anteriores, fez a equipa tremer com duas desastradas saídas dos postes. Redimiu-se com uma grande defesa aos 57 minutos. Tem a tal estrelinha da sorte...
Miguel - Recebeu uma missão difícil: travar Robben no corredor esquerdo holandês. Cumpriu com êxito. E fez constantes incursões ofensivas, integrando-se muito bem no nosso ataque. Uma grande exibição.
Fernando Meira - Esteve mais sólido do que nas partidas anteriores. Muito concentrado, muito batalhador. Em clara subida de forma.
Ricardo Carvalho - Continua muito seguro: é o verdadeiro maestro da nossa defesa. Joga com a pose de um aristocrata e a eficácia dos blindados britânicos na batalha de Tobruk.
Nuno Valente - Deixou-se antecipar aos 36 minutos por Van Persie, o melhor dos holandeses. Única falha digna de registo numa actuação esforçada, que só pecou por excesso de timidez no apoio ao ataque.
Costinha - Ainda na primeira parte, desviou a bola com a mão. Um gesto irreflectido que lhe valeu o segundo cartão amarelo - e a consequente expulsão. Podia ter comprometido a vitória portuguesa.
Maniche - A FIFA considerou-o o "homem do jogo", com toda a justiça. Marcou mais um golo decisivo. E esteve perto de marcar logo a seguir. Foi um dos mais combativos. Em excelente forma física e psicológica.
Deco - Foi dele que partiu o passe que permitiu o golo. Muito marcado, teve ontem menos liberdade para mostrar o seu excelente futebol. Acabou expulso por acumulação de amarelos.
Figo - Jogou à esquerda, jogou à direita, conduziu o ataque, apoiou a defesa. Esteve em todas. E foi vital para enervar os holandeses. É o grande patrão da equipa.
Cristiano Ronaldo - Bons pormenores técnicos enquanto esteve em campo, participando na jogada do golo. Ficou fora de combate aos 33 minutos, vítima de uma entrada violenta que lhe provocou um grande hematoma na coxa direita. Saiu em lágrimas, prova inequívoca do seu profissionalismo.
Pauleta - Autor de um excelente remate que quase deu golo ainda na primeira parte. Mas caiu em excessivas situações de fora-de-jogo. Foi bem substituído quando já só havia dez portugueses em campo.
Simão Sabrosa - Substituiu Cristiano Ronaldo, entrando bem no jogo, com sucessivos raides perigosos nas duas faixas. Confirma-se: tem valor suficiente para ser titular da selecção.
Petit - Rendeu Pauleta para compensar a expulsão de Costinha e acabou por ser um "trinco" mais influente e eficaz. Muito concentrado e batalhador, nunca se deixou atemorizar pela "fúria" holandesa.
Tiago - Esteve poucos minutos em campo, no lugar de Figo. Ainda a tempo de protagonizar dois lances com perigo junto da baliza da Holanda.