sexta-feira, junho 23, 2006

Nunca seremos espanhóis

Como é habitual, o Luís Naves escreveu um post muito interessante neste blogue, desta vez sobre o novo estatuto catalão. A ideia está bem defendida, como, aliás, estão outras de muitas pessoas que nos alertam para o iberismo, o perigo de nos tornarmos numa região espanhola, o centralismo de Madrid, etc. Mas todas estas ideias, sustentadas muitas vezes por estudos, números, livros e por aí fora, esbarram numa simples realidade: nunca fomos espanhóis, não somos e nunca seremos, até onde nos for possível antever o futuro. Temos uma hiperidentidade, construída contra Espanha. Para o bem e para o mal, (quase) nenhum português aceitaria qualquer domínio espanhol, por muito que nos momentos infelizes, como os de agora, possamos andar a resmungar entre nós que se fôssemos parte de Espanha é que estávamos bem, que eles vivem melhor, que isto não tem saída, etc, etc. Há construções intelectuais que atingem proporções por vezes assustadoras, mas que perdem qualquer sentido quando voltamos à terra e olhamos para quem nos rodeia. Neste caso, basta olhar para os portugueses.