sexta-feira, junho 23, 2006

Cala-te, que eu é que sei o que é melhor para ti

A Dina contribuiu para o debate sobre a petição para referendo à PMA. A argumentação é toda ela carregada de animosidade em relação a um conjunto de pessoas, quando associa os 80 mil siganatários aos "séculos de obscurantismo".
Vamos lá a ver. Eu confesso ter um problema com padres, frades e opus dei. Não gosto deles e culpo-os a todos por contribuirem para o atraso civilizacional, económico e político deste país. Falo com experiência por que tive de privar com essa gente durante muitos anos da minha vida. Mas não acho que isso justifique que se desqualifique toda e qualquer iniciativa que tomem.
Depois diz-se aos signatários que a petição não faz sentido porque a lei já foi aprovada. Pois é, mas a lei só foi aprovada depois de ter dado entrada a petição. E eu fiquei com a sensação que a esquerda - tal como a direita já o fez para questões que não lhe interessavam discutir - maquinou as coisas.
O meu problema e o meu post é sobre isso. É que esquerda e direita arranjam subterfúgios quando o tema não lhes interessa.
Mas o que me surpreendeu e mesmo irritou, foi a Dina decidir que "a esmagadoríssima maioria das pessoas não tem qualquer qualificação para avaliar" o tema. Se as pessoas não sabem, informam-se através de campanhas. O Salazar também achava que os portugueses não eram suficientemente cultos para votar. E os padres obscuros que tu criticas, Dina, de certeza que também acham que sabem o que é melhor para mim e para ti.

O meu problema é que a direita do terço como a esquerda da "vontade do povo" são iguais. Julgam todos que que eles é que sabem o que é melhor para mim. Obscurantismo dos dois lados.