Crítica da literatura pura
Não sei se estou isolado ao achar isto bizarro. Mas figuras com base intelectual supostamente sólida aceitaram falar à Sábado sobre livros que nunca leram, talvez para mostrar a Carrilho que é possível criticar um livro sem abrir-lhe as páginas, desde que seja para desancá-lo.
Há casos radicais como Mota Amaral: «Não li O Código da Vinci. É literatura de aeroporto» ou Francisco Louçã: «Margarida Rebelo Pinto é literatura de pacote. Nunca li».
E outros, vá lá, que pelo menos tentam, como Pires de Lima: «José Saramago ou António Lobo Antunes custam-me muito a ler. E poesia não é o meu género».
Ou Alberto Martins, que detesta Harry Potter e livros policiais.
Recomendo, desde já, que os críticos sigam o exemplo dado por Louçã e Mota Amaral. Assim como assim, há muitos que já se limitavam à leitura das badanas.