Emparedado vivo
Uma das minhas memórias de terror, que já vêm da infância, reporta a um qualquer episódio da série "Quinta Dimensão", em que um tipo era emparedado vivo. Na passada quarta-feira, tive a oportunidade de reviver esse pesadelo graças ao Plateau.
Depois de anos de ausência, convenceram-me a entrar com o argumento da Ladies Night. O problema destes sítios é que quando se entra, o gajo já pagou os 12 euros e não pode dizer "não gosto disto, vou-me embora".
Mas foi o que pensei. Em vez de mulheres, muitas mulheres, a disco estava apinhada de homens. Ou melhor, de armários. Músculos por todo o lado, parados na pista, de copo na mão, sem fazer nada. Estavam ali, tipo parede, impedindo qualquer hipótese de dança, qualquer possibilidade de lavar os olhos com uns tops ou uns brincos no umbigo. Senti-me emparedado.
Depois a música, vinda do além. Anos 80 e 90, rock bem rasca. Brian Adams, John Mellencamp, INXS. Depois, a tristeza portuguesa com Jafumega e GNR. Consegui fugir a tempo de evitar que me violassem os ouvidos com Delfins.
Plateau nunca mais.