Tributo a José Abrantes
José Abrantes é pseudónimo de José Lancastre e Távora. É ilustrador, ou desenhador, o que se queira chamar, e o que faz na vida é Banda Desenhada. Dizia-se há pouco tempo que era o único desenhador em Portugal que vivia exclusivamente dessa actividade. Não sabe e não quer fazer mais nada. É meu irmão e por isso eu sou testemunha de que nasceu a desenhar e a pintar. Bem… quase!
Espreitei por detrás do seu ombro durante anos. Desde que me lembro de mim. Com os bonecos era imbatível. Às tantas, toda a escola espreitava também, e eu ficava orgulhoso. Depois, partilhámos os "Tintins" e os "Cavaleiros Andantes" da casa dos nossos avós. Consumimos em conjunto, tantos “Spirou”, “Asterix”, Lucky Luke, “Tenente Blueberry”, “Spirit” e “Corto Malteses”… Até aos deprimentes e psicadélicos “A Suivres”? Até aos eróticos “Manaras”?! Já não me lembro quando, em que fase, os nossos caminhos se separaram. É mestre em desenho caricatural, na “linha clara”, desenha animais e para crianças como ninguém. Tem um agudo sentido de humor, inteligente e por vezes amargo. Inventa histórias e sabe contá-las.
José Abrantes nasceu em Portugal e aqui tenta fazer o que gosta e sabe. Não é bom empresário mas é teimoso. É a esse grande artista que eu hoje presto homenagem.