Crise? Qual crise?
Ontem - domingo, véspera de feriado - o centro de Lisboa, na zona do Marquês de Pombal, estava cheio de turistas. Mas à hora do almoço nenhum deles encontrou um só restaurante aberto. Se quisessem comer, restava-lhes entrar num hotel ou no Palácio Sottomayor, agora transformado em centro comercial. Se quisessem comprar um exemplar do El Pais, o melhor era mudar de ideias: não havia um só quiosque aberto. Se quisessem adquirir um vulgar recuerdo alfacinha, batiam com o nariz na porta: o "pequeno comércio" que tanto clama contra a má sorte de telejornal em telejornal, estava de portas fechadas. Ontem, feriado, repetiu-se o cenário. Felizmente o Sottomayor mantinha-se aberto, com empregados (só brasileiros...) a servir o público.
Fala-se muito em crise entre nós. Mas a maior de todas é esta: a crise da falta de iniciativa e da falta de vontade de trabalhar.