Um político sem relógio (1)
José Alberto Pereira Coelho, um histórico militante do PSD com assento no Conselho Nacional social-democrata, quer ascender à liderança do partido. Está no seu direito. Para isso, precisa no entanto de aprender algumas regras básicas. Uma delas é honrar com um mínimo de civilidade os compromissos que assume. Não foi o que sucedeu ontem. Os jornalistas foram convocados para uma conferência de imprensa do candidato, na sede nacional do PSD, com início marcado para as 19 horas. Mas a essa hora a porta da sede estava fechada e nada se sabia de Pereira Coelho, que pelos vistos não usa relógio. Soube-se depois que estaria fora de Lisboa, "talvez em Santarém", acelerando a caminho da capital. Esperei meia hora na rua, com um repórter fotográfico do jornal. Às 19h30, perante a ausência de notícias do putativo candidato ao lugar de Marques Mendes, chamei um táxi e fui embora. Há limites para a falta de consideração pelos profissionais da informação, sobretudo por parte dos políticos, que são os principais interessados em ver divulgados os seus pontos de vista. Meia hora de tolerância, num caso destes, já é demais...