A crítica e o resto (2)
Há também, como referia o Luís, o chamado critério do "gosto" dominante. É um critério que qualifica a arte de acordo com os critérios em voga nas competições desportivas. Diz-se, por exemplo, que "Herberto Helder é melhor do que Manuel Alegre", como se estivéssemos perante uma evidência universal, comprovada por cálculo matemático. Ou que o neo-realismo, tal como o marxismo, foi atirado para o caixote de lixo da História. Sem mais. Não há um esforço de análise, não há uma tentativa séria de ler um texto em função do seu mérito específico mas de acordo com o rótulo mais à mão. A crítica reduz-se assim a uma máquina de triturar nomes e tendências. Tantas vezes em nome de meras estratégias de marketing editorial.