sábado, fevereiro 09, 2008

Galeria 111 excluída da ARCO de Madrid por «falta de qualidade»?


A Galeria 111, a mais antiga galeria portuguesa, divulgou ontem uma carta aberta onde contesta a sua exclusão da 27ª edição da ARCO. Na opinião do galerista Rui Brito, ficou a dever-se à «manifesta ignorância da directora da Arco (Lourdes Fernández) e da representante portuguesa do comité de selecção (a galerista Cristina Guerra)», afirmando que nunca foi visitado por nenhuma das responsáveis. Cristina Guerra, por seu lado, afirma que a decisão de excluir a Galeria 111 do certame «não tem nada a ver com perseguição ou má vontade, mas com uma constatação de falta de qualidade que se verifica há algum tempo».
Será que os afazeres profissionais não lhe deixam tempo para passar pela 111 antes de tomar decisões?
Não deixa de ser estranho que uma das galerias que tem os artistas que representam as principais colecções do país (e que já participa na Arco desde 1986) seja ao fim de tantos anos uma carta fora do baralho.
Consta também que nos balanços do ano de 2007 foi a galeria mais referenciada na Comunicação Social. Leia-se na carta:
«O ano de 2007 foi particularmente bem sucedido para a nossa galeria. Eduardo Batarda, artista que representamos desde os anos 70, recebeu o Prémio EDP, o mais prestigiado prémio português. Paula Rego, outra artista que representamos há mais de 30 anos, teve uma grande exposição, com enorme sucesso, no Centro Reina Sofia, em Madrid.»
«No balanço anual, os dois jornais com suplementos culturais, o “Expresso” e o “Público” destacaram as nossas exposições. Celso Martins, no “Expresso” coloca Gabriel Abrantes nas dez melhores exposições do ano, tanto na individual na galeria como no stand na Arte Lisboa, citando ainda as exposições de Ana Vidigal e de Fátima Mendonça. Ana Ruivo também no “Expresso” na sua escolha das melhores exposições de 2007 destaca “Void” o project room de Ana Vidigal na Arte Lisboa. Luísa Soares de Oliveira no “Público” destaca como uma das 10 melhores exposições e revelação do ano a do jovem Gabriel Abrantes. Nestes balanços anuais só 4 exposições das galerias que vão ao Arco são citadas uma vez pelos citados críticos.»
Falta de qualidade?