sábado, fevereiro 02, 2008

Dignidade

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Comovi-me ontem profundamente na Basílica de São Vicente de Fora, com a celebração do Requiem Soleníssimo "In Memoriam” presidido pelo Cardeal Patriarca de Lisboa. Com os cânticos de Bach, Lorenzo Perozi e Louis-Nicolas Clerambout pelo Coral Stella Vitae sob direcção de João Baptista Branco, e João Vaz no magnifico órgão do século XVIII, a cerimónia foi de uma profunda beleza.
Perante uma numerosa assembleia, o Cardeal Patriarca salientou na sua homilia, que o regicídio "não foi, infelizmente, o último acto de violência", que marcou “o primeiro quartel do século XX como forma de impor ideias e políticas”. Disso deu exemplo a trágica “perseguição movida à própria Igreja, na perseguição das pessoas, sobretudo sacerdotes, e na destruição de estruturas e instituições ou na espoliação injusta de bens essenciais". O Cardeal Patriarca, referindo-se às efemérides que se avizinham, lançou um apelo para "que ninguém ressuscite fantasmas antigos, porque cem anos significaram um caminho andado, e a celebração das grandes efemérides históricas só tem sentido se celebram o presente e se abrem a um futuro novo". Finalmente D. José Policarpo exortou à "convivência tolerante e fraterna que nos levará a uma sociedade justa, humanizada, democrática".
Foi desta forma digna que terminaram as celebrações do dia do centenário do regicídio.
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Em cima: Pequeno registo filmado do final do Requiem

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