A lágrima da senhora Hillary
Discordo em absoluto do teu texto, Teresa. Reduzir a vantagem de Hillary à lágrima é apagar que ela era favorita antes; associar a lágrima ao facto de ser mulher transforma a senhora numa espécie de "Barbie Manda no Mundo" que não é justo.
O desaparecimento de Maddie McCann já nos tinha lançado numa discussão pública inquietante sobre o choro das mulheres. Era bom que algum entendido em mecânica da lágrima nos esclarecesse se as mulheres choram mais do que os homens. Eu, apesar de ser uma chorona, não tenho a certeza.
Uma coisa parece-me certa: o episódio da lágrima de Hillary só atingiu esta dimensão porque ela é mulher. A vigilância sobre ela é mais apertada e tudo o que faça ou deixe de fazer será lido como fraqueza ou característica feminina. E é sobre isso, sobre a forma como lemos os gestos de Hillary, que nos devíamos concentrar. É que revela muito sobre nós.