quarta-feira, janeiro 23, 2008

Do caos à ordem

As pessoas tendem a confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre de obras*. Ainda hoje, em almoço onde participavam responsáveis de comunicação de grandes empresas e organismos públicos, tentei explicar que não era como eles e elas tinham percebido. Isto é, que o que Cunha Vaz pretende nada tem a ver com a carta escrita há uns meses por Luís Paixão Martins a Jaime Gama, solicitando a acreditação permanente dos consultores de comunicação da sua agência ao Parlamento.
Trata-se, aqui e agora, de algo muito distinto: Colocar a comunicação do Grupo Parlamentar do PSD dentro das guidelines utilizadas pela direcção do partido, partilhando conteúdos e definindo mensagens-chave comuns. Ao fim e ao cabo, acabar com a prática instituída de o grupo parlamentar vir desfazer aquilo que a cúpula do partido passou a semana a tentar construir.
Obviamente, muitos de vocês não concordam comigo nem com António Cunha Vaz. É provável que achem esta tentativa de pôr ordem no caos uma limitação da liberdade de expressão dos representantes eleitos da Nação. E eu até os percebo. Temos que admitir que custa um bocado assumir as coisas como elas são. Mas se descermos à terra, a essa terra queimada que é o corredor dos passos perdidos, de imediato entendemos que das duas uma: Ou os senhores deputados se organizam, ou se deixam organizar. Caso contrário, ficamos a perceber que continuam a preferir brincar às oposições.
*Muito bom, mas roubado ao saudoso Pão com Manteiga.

Etiquetas: