quinta-feira, dezembro 13, 2007

O Tratado de Lisboa

Enquanto o elegante rio Tejo corre alheio para o oceano, Lisboa amanhece luminosa e azul para a assinatura do novo Tratado Europeu. O magnifico mosteiro dos Jerónimos e a Praça do Império são o cenário perfeito para a mais refinada promoção turística nacional. Estou certo que o banquete a servir hoje no Museu dos Coches, os vinhos, demais petiscos e toda a doçaria doméstica impressionarão da melhor maneira os ilustres convivas. Sem contar com as comezainas servidas aos motoristas, seguranças, jornalistas e restante staff, cuja qualidade nunca seria descurada pelo experiente Protocolo nacional, tudo contribuirá para o bom nome e imagem do novo Oeste europeu. Portugal, um irresistível destino de sol e praia, de congressos e incentivos, casamentos e baptizados, além do golfe e do bodyboard. Sem esquecer a bonomia nacional, a animada “movida”, o José Mourinho, os casinos e o Fado. Com tudo isto estão garantidos mais uns patacos, o emprego de muita gente e um desígnio nacional: o Turismo.
Amanhã, enquanto eles desmontam a feira, varrem os claustros e apanham as canas, analisemos os “recortes” de imprensa internacional, as reportagens televisivas, os resultados desta fabulosa operação de marketing.
Quanto ao tratado propriamente dito, nem sei em o que vos diga. Que me perdoem o José Manuel e o Luís Naves, mas o documento ainda lá está na minha mesa de cabeceira, à espera de uma oportuna insónia. Mas pelo que leio nos jornais, assino de cruz...

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