Mira, Zapatero, que fazes em 2008?
O ano de 2007 acaba com o governo do meu país a comportar-se como uma multinacional que decide deslocalizar os seus investimentos, abandonando comunidades e populações de velhos à sua sorte. A explicação de que a centralização dos serviços de saúde serve melhor os utentes seria admissível num país com outras estradas, com outra literacia, com outra capacidade financeira dos cidadãos. O que é servir melhor as populações? Quanto vale uma grávida que chega à maternidade, e como se desconta nesse valor os bebés que nascem na estrada e as mães obrigadas a parir às mãos da boa-vontade de bombeiros? Quanto custa o isolamentodos velhos, o sentimento de abandono nas pequenas comunidades periféricas?
Vejo nos jornais que, em três anos, o governo espanhol aumentou o ordenado mínimo de 460 para 600 euros. Julgo que, mais dia menos dia, teremos que fazer como o nosso governo: tirar o lápis de trás da orelha e ver se não nos compensa mais deslocalizar. Eu, por mim, começo a achar que estaria mais bem servida com o Zapatero.