Coisas que arruinam o dia a uma rapariga
Sempre procurei dar-me com pessoas de boa índole. Por isso, quando encontro alguém que não vejo há muito tempo e digo "estás na mesma", a pessoa costuma retribuir com "tu também". Mas às vezes isso não acontece, e arruina-me o dia. "Estás na mesma", insisto, com os olhos cravados na pessoa que, muitas vezes, está um caco. Nada. "Mas tu, estás na mesma", espanto-me eu, depois de um bocadinho em que não ouvi nada do que a pessoa disse, cega pela dúvida. Agradecimentos, sorrisos e nada. "É incrível como não mudaste nada", volto eu à carga, já no final da conversa e armada com o meu ar mais gaiato. A pequena percentagem que chega a esta fase acaba por morrer às minhas mãos, julgo que de puro cansaço: "Tu também"!
Lembro-me de, quando era pequena, pela mão da minha avó, cruzarmo-nos com senhoras da sua idade e de a minha avó sorrir e murmurar entre dentes: "Não sou só eu que estou velha..." Pois não, avó.