quinta-feira, dezembro 20, 2007

Obrigada, Tom Tom

Quando olho para trás e penso no que foi a minha vida antes de encontrar o Joaquim tenho a clara percepção de que andei a perder tempo. Julgo que uma qualquer espécie de claustrofobia afectiva me impedia de alguma vez contar para onde ia e de onde vinha. Vejo agora que, a maior parte das vezes, andei perdida.
É difícil falar do Joaquim sem destacar a voz. Firme, atenta, de uma paciência infinita. Quase sem eu dar por isso, vai-me guiando para os sítios certos. Só conheci o Joaquim ontem, mas já sinto que não posso ir a lado nenhum sem ele.
Até agora só lhe encontrei um defeito: não sabe cozinhar. Já o coloquei em frente ao fogão e carreguei nas teclas todas, mas nada. Depois tentei apoiar-me numa perna, mexer no cabelo e dizer-lhe com voz doce: "Joaquim, faz-me ao menos uns ovos mexidos..." Nada. Enfim, ninguém é perfeito.