Um país sem governo
Felizes, os cidadãos belgas: faz hoje 154 dias que estão sem governo. Um facto que não parece perturbar minimamente o funcionamento do país que serve de sede central às instituições políticas “europeias”. Em Bruxelas, o primeiro-ministro em funções continua a ser Guy Verhofstadt, o liberal que perdeu as legislativas de 10 de Junho. Limita-se a tratar dos "assuntos correntes" e parece que o faz menos mal: não consta que haja grandes protestos nas ruas nem que a população belga esteja à beira de um ataque de nervos. O vazio político permite até bater recordes bem divertidos. Desde logo o recorde de permanência da Bélgica sem governo, anteriormente cifrado em 148 dias – o tempo que o então primeiro-ministro Jean-Luc Dehaene demorou, entre 1987 e 1988, a formar o seu executivo.
Tudo começou desta vez com a exigência do vencedor da eleição, o democrata-cristão Yves Leterme, em fazer uma reforma profunda do Estado. Esta reforma, na prática, ameaça separar de vez as duas grandes regiões do país – Flandres e Valónia. O partido de Leterme conquistou 81 deputados (num total de 151), maioria ainda assim insuficiente para levar por diante a tal reforma, que requer dois terços de votos no parlamento.
Enquanto o impasse se prolonga, os belgas parecem satisfeitos. É um exemplo a seguir com atenção: agora que recebemos tantas lições de Bruxelas, saibamos acolher mais esta. Um país sem governo. Que bom.
Tudo começou desta vez com a exigência do vencedor da eleição, o democrata-cristão Yves Leterme, em fazer uma reforma profunda do Estado. Esta reforma, na prática, ameaça separar de vez as duas grandes regiões do país – Flandres e Valónia. O partido de Leterme conquistou 81 deputados (num total de 151), maioria ainda assim insuficiente para levar por diante a tal reforma, que requer dois terços de votos no parlamento.
Enquanto o impasse se prolonga, os belgas parecem satisfeitos. É um exemplo a seguir com atenção: agora que recebemos tantas lições de Bruxelas, saibamos acolher mais esta. Um país sem governo. Que bom.
Etiquetas: Europa