O Mussolini venezuelano
Disse Carlos Fuentes em entrevista ao jornal La Nación, de Buenos Aires: "Já era tempo de alguém perder a paciência com Chávez. Ainda bem que foi o Rei, perante uma arremetida grosseira desta personagem tosca, prepotente e ignorante que se chama Hugo Chávez. Alguém tinha de dizer: 'Basta, pára!' Hoje acusa o Rei de manobrar para a sua queda. Isso é ignorar que o Rei Juan Carlos conduziu a transição do franquismo para a democracia e enfrentou o golpe militar de Tejero. (...) Atacá-lo é outra grosseria desse homem perturbado que se chama Chávez. Estamos perante um Governo fascista típico: a sua organização, a sua retórica, os seus objectivos, os seus uniformes, as suas varandas, tudo. Chávez é um Mussolini venezuelano."
Escreveu Mario Vargas Llosa no jornal El País, de Madrid: "O senhor Chávez tem umas credenciais que o exoneram de toda a respeitabilidade civil e democrática, pois, a 4 de Fevereiro de 1992, traiu o seu uniforme e actuou com deslealdade promovendo um golpe militar contra um Governo constitucional e legítimo no qual morreram dezenas de oficiais e soldados venezuelanos em defesa do Estado de Direito. (...) É possível que, ao reagir como reagiu, o Rei de Espanha transgredisse o protocolo. Mas que alegria deu a tantos de nós, latino-americanos, a tantos milhares de venezuelanos!"
Dois escritores latino-americanos de esquerda pronunciam-se assim, em termos inequívocos, sobre a frase que Juan Carlos atirou a Chávez: Por qué no te callas? Palavras para reter numa altura em que o Mussolini venezuelano é o novo herói de uma certa esquerda portuguesa.
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